sexta-feira, 7 de maio de 2010

ENGENHARIA E HISTÓRIA XI

O surto de desenvolvimento da Agronomia observado em Sergipe nas primeiras décadas do século XX era expressão do ambiente da ciência agronômica em todo o país. De um modo geral, em todo o mundo ocidental, a expansão do conhecimento agronômico foi notável nesse período. As duas guerras da primeira metade do século XX demonstraram a necessidade de alimentar grandes contingentes populacionais e impedir que se alastrassem doenças e pragas prejudiciais ao homem, aos vegetais e aos animais domésticos.


Os ingleses descobriram o poder inseticida da BHC e do DDT, os alemães e os franceses descobriram o poder inseticida dos derivados orgânicos do fósforo, e os americanos, com a sua inteligência, sagacidade e riqueza adquirida com as guerras, financiaram os inventos, como os novos inseticidas clorados, o BHC, DDT e fosforados parathiom e folidol. Novos fungicidas apareceram com outros princípios ativos, além do cobre, mercúrio e enxofre (FRANCO, 2005: 117).



Segundo Emmanuel Franco, os inseticidas e herbicidas clorados foram os primeiros a serem utilizados pelo homem. Alguns deles podem ter um poder residual prolongado, a exemplo do DDT e do Aldrin. Estes possuem uma capacidade letal provocada pela ação do cloro. Os inseticidas fosforados perdem o seu poder de agir mais rapidamente, a exemplo do Malathion, que pode perder as suas propriedades em quatro horas, quando atacado pela luz. Porém, os fosforados sistêmicos são capazes de atuar durante seis meses no interior do tecido das plantas (FRANCO, 2005: 164).
A indústria de agrotóxicos se expandiu, pressionando no sentido de que o mercado brasileiro fosse aberto aos seus produtos. Em 1958, em Sergipe, o consumo de adubo químico saltou de 13.310 quilos no ano anterior para 737.440 quilos. Em 1959 o consumo chegou a 933.310 quilos. O crescimento do consumo foi estimulado pela Inspetoria Regional de Defesa Sanitária Vegetal. Anteriormente, a maior parte da adubação era feita com esterco de gado e torta de mamona. No Estado, ao final da década de 70 começaram a funcionar duas importantes indústrias dedicadas a produção de adubos. A Petrobrás Mineração – Petromisa (atualmente Companhia Vale do Rio Doce) continua produzindo milhares de toneladas de cloreto de potássio, enquanto a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados – Fafen produz milhares de toneladas de amônia e uréia (FRANCO, 2005: 135). “A mina de potássio de Taquari-Vassouras, em Siriri, Sergipe, vai jogar no mar, cerca de quatro mil toneladas de Salgema e outros sais que o acompanham, diariamente” (FRANCO, 2005: 164).
Em 1945, após a criação do Posto de Defesa Agrícola, em Aracaju, o agrônomo sergipano Emmanuel Franco que atuava em São Luiz, no Estado do Maranhão, foi transferido para cá e assumiu a sua direção. No período em que viveu no norte do Brasil e nas viagens que realizou entre aquele Estado e a Bahia, Emmanuel Franco fez as observações, estudos e anotações que o possibilitaram publicar o livro Estudo de ecologia vegetal e reflorestamento.

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