domingo, 24 de janeiro de 2010

HISTÓRIA DA CIÊNCIA, FILOSOFIA E HITORIOGRAFIA II

A grande mudança de rumo na História da Ciência durante o século XX começou a acontecer a partir da década de 30. Durante um Congresso de História da Ciência que aconteceu em Londres, no ano de 1931, um grupo de soviéticos questionou, a partir de pressupostos da teoria marxista, a História da Ciência que se produzia afirmando que a produção científica é fruto dos condicionantes sociais de um determinado tempo. As teses soviéticas entusiasmaram alguns jovens intelectuais ingleses historiadores da ciência que produziram alguns trabalhos assumindo a nova linha. Ficaram conhecidos como externalistas, por estarem preocupados em entender de que modo os fatores externos ao saber científico influem nas conclusões deste. A denominação se opunha ao internalismo, corrente da qual participavam os historiadores da ciência que consideravam apenas os elementos endógenos.
A esta contribuição se somou um outro conjunto de reflexões produzidas também na década de 30 pelo intelectual francês Gaston Bachelard. Ele questionou o evolucionismo do qual se revestia a História da Ciência, inclusive o dos externalistas, para negar a idéia segundo a qual o conhecimento científico progredia permanentemente, por aprimoramento. Para ele, não bastava apenas aprimorar o conhecimento velho para produzir novos conhecimentos. Muitas vezes era necessário romper com modelos estabelecidos, com formas de pensar consagradas para produzir outros saberes científicos. O conhecimento é produzido muitas vezes de forma descontínua (ALFONSO-GOLDFARB, 1994: 80).

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