quinta-feira, 7 de outubro de 2010

OS ESTUDOS SOBRE INTELECTUAIS NA HISTORIOGRAFIA DE MARIA THETIS NUNES - II

Durante trinta e um anos, no período de 1968 a 1999, a professora Maria Thetis Nunes publicou cinqüenta e quatro trabalhos, estudando a vida e a obra de trinta e oito intelectuais. Foram vinte e cinco professores, sete historiadores, quatro políticos, quatro artistas plásticos, quatro literatos, três clérigos, três engenheiros, três médicos, dois militares, um economista, um arquiteto, um filólogo, um filósofo e um sociólogo.
Os dois primeiros estudos sobre intelectuais publicados por Maria Thetis Nunes datam do ano de 1968 : um trabalho sobre o escritor William Faulkner e um outro sobre D. Mário de Miranda Vilas Boas, importante líder do clero católico, formado pelas primeiras turmas do Seminário Diocesano Sagrado Coração de Jesus, criado em Sergipe no ano de 1913 pelo bispo D. José Thomaz.
Na década de 70 do século XX, foram dezessete os estudos sobre intelectuais produzidos pela autora aqui estudada. Os três estudos realizados no ano de 1972 versaram sobre arte , enfatizando os trabalhos do Aleijadinho e de Debret. Eles foram realizados no contexto das comemorações do sesquicentenário da independência do Brasil, celebrado naquele ano. Dos quatro trabalhos que circularam no ano de 1973, dois traziam a marca da polêmica. A autora produziu dois textos críticos a respeito da historiografia do professor Acrísio Torres Araújo , à época professor da Escola Normal Rui Barbosa, em Aracaju, e um celebrado autor de livros didáticos sobre a História de Sergipe. Os outros analisaram as trajetórias de vida de Clodomir Silva e Pero Vaz de Caminha . Em 1974 a literatura e a arte voltaram a ser temáticas da predileção de Maria Thetis Nunes nos seus estudos sobre intelectuais. De quatro trabalhos publicados, três tinham tal perfil: um estudo sobre Jenner Augusto , um outro sobre Horácio Hora e mais um a respeito da obra de Martin Fierro . O outro texto teve como preocupação os cinqüenta anos da morte do dicionarista Armindo Guaraná . Em 1975, apenas um trabalho sobre intelectuais, analisando a obra do professor José Calazans . No ano de 1976, a marca dos estudos sobre intelectuais publicados por Maria Thetis Nunes é a atividade médica: um texto sobre o médico Garcia Moreno e um outro a respeito de Manuel Bonfim . O terceiro trabalho versa sobre um militar . Um estudo sobre arquitetura marcou o ano de 1977, enquanto no ano seguinte a autora se voltou a estudar um professor do Atheneu Sergipense .
Durante a década de 80 está concentrada a maior parte da produção dos estudos de Maria Thetis Nunes sobre intelectuais. No período de 1980 a 1989, ela publicou vinte e dois trabalhos acerca do tema. Dois textos circularam em 1980, dedicados a estudar docentes contemporâneos da autora . Um deles, Joaquim Vieira Sobral, era o diretor do Atheneu Sergipense no momento em que, adolescente recém chegada de Itabaiana, Maria Thetis ingressou no curso ginasial, em 1935, conforme revela em entrevista que concedeu a Maria Nely Santos: “vivi a época mágica do Atheneu de grande desenvolvimento, de grande movimento cultural, de grandes professores e do grande diretor Joaquim Vieira Sobral, a quem eu devo muito por ter me dado um apoio forte” . No ano seguinte, mais um trabalho sobre o magistério . Desta vez um estudo muito importante para Maria Thetis, posto que examinava a figura do seu professor de História no Atheneu Sergipense, Arthur Fortes:


Arthur Fortes estava com 54 anos quando lhe ministrou a primeira aula de História. Daí em diante, ouviu e recebeu seus ensinamentos por sete anos ininterruptos. Tempo suficiente para o florescimento de uma amizade nutrida pelo respeito, pelo carinho e pela admiração. Como se não bastassem os dotes intelectuais do professor Arthur Fortes, fisicamente era uma figura bonita, elegante e carismática. Um gentleman. Tantas qualidades num só indivíduo impressionaram profundamente a jovem aluna, que acabou associando a figura do pai à dele .


Antes, porém, que se encerrasse o ano seria publicado um estudo tratando de um intelectual militar . O general José Inácio de Abreu e Lima durante toda a sua vida se notabilizou pela forma radical com que defendera suas posições liberais. Pertenceu ao estado-maior do exército de Simon Bolívar e ao voltar a Pernambuco, sua terra natal, tinha o prestígio que lhe foi conferido pelas condecorações que recebeu como libertador da Nova Granada e da Venezuela, depois de ter ficado ausente da terra onde nasceu, durante 24 anos.

Um comentário:

  1. Eu vim aqui ler. Mas vim mais. Vim lhe convidar a seguirmos nos blogs. para interagirmos.
    Abrass
    E seguimos aqui
    http://josemariacostaescreveu.blogspot.com

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