segunda-feira, 23 de novembro de 2009

EDUCAÇÃO E TRABALHO: O PROCESSO DE FORMAÇÃO NA ESCOLA AGROTÉCNICA FEDERAL DE SÃO CRISTÓVÃO V

Na década de 1950, com muita clareza, o governo brasileiro intensificou a sua prática de buscar no modelo norte-americano os padrões com os quais operava a sua rede escolar agrícola. Tornara-se, então, comum o Ministério da Agricultura organizar excursões para levar profissionais brasileiros a observarem os padrões de funcionamento das instituições do ensino agrícola dos Estados Unidos da América. Em 1955, realizou-se uma excursão de técnicos em educação da Superintendência do Ensino Agrícola e Veterinário e diretores de várias escolas federalizadas e equiparadas. Foram visitadas instituições norte-americanas de ensino agrícola localizadas em Washington e nos


Estados da Virgínia, Indiana, Alabama, Nova York, Kentucki, Carolina do Norte, Iowa e Mississipi. Foram visitados (...) as Universidades de Perdue e de Kentucki, o Colégio Estadual de Carolina do Norte... (...) A viagem incluiu também Porto Rico, onde foi visitada a Universidade e Costa Rica, onde os excursionistas se inteiraram dos trabalhos a cargo do Instituto Interamericano de Ciências Agrícolas, de Turrialba .


No mesmo período em que o Ministério da Agricultura organizava essas excursões, funcionava a Comissão Brasileiro-Americana de Educação para as Populações Rurais – CBAR, que executava 34 projetos em todo o país, com recursos da Superintendência do Ensino Agrícola e Veterinário e assistência técnica da Fundação Getúlio Vargas - FGV . A CBAR representava parte do acordo firmado entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos da América, com o “objetivo de estimular e ampliar o intercâmbio de idéias e de processos pedagógicos, no campo da educação rural. Para a execução do convênio, está prevista a cessão, por parte do Institute of Inter American Affairs, de um corpo de especialistas para a colaboração necessária” .
As preocupações com os padrões pedagógicos de funcionamento da instituição fizeram com que, durante a segunda metade da década de 1950 fossem organizados seminários destinados a professores, tendo como objeto discussões sobre temas da Sociologia e Psicologia da Educação, Didática e Higiene Rural .
Depois da vigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em dezembro de 1961, ficou estabelecido que o ensino médio seria ministrado em dois ciclos: o ginasial e o colegial. A determinação incluía os cursos secundários, além da formação de professores para o ensino primário e pré-primário. Abrangia ainda os cursos industrial, comercial e agrícola. O artigo 47 do diploma legal “previa a existência de ginásios e colégios técnicos, industriais, comerciais e agrícolas, com valor equivalente ao ensino secundário. E, particularmente ao ensino agrícola, sugeria algumas medidas: organizar um ensino da agricultura de nível médio (...)” . Em função da nova lei, a partir do ano de 1962, a Escola Agrotécnica Benjamin Constant criou o curso de formação para Técnico Agrícola.

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