domingo, 20 de junho de 2010

ENGENHARIA E HISTÓRIA EM SERGIPE - IV

Certamente, o maior impulso que a Engenharia Mecânica ganhou em Sergipe ocorreu em 1964, após a confirmação da descoberta de petróleo no campo de Carmópolis.
A produção açucareira induziu também a incorporação tecnológica aplicada à engenharia de construção de canais, uma vez que em 1825, o deputado Eusébio Vanério, representante de Sergipe, solicitou ao Imperador Pedro I autorização para que se construísse um canal que ligasse os rios Pomonga e Japaratuba, beneficiando o comércio do açúcar. A canalização dos rios e a interligação de todas as bacias foram ideais cultivados em Sergipe durante todo o século XIX. Uma lei provincial de 12 de março de 1835 autorizou a construção do canal ligando o rio Japaratuba ao rio Pomonga e uma outra, de 16 de março do mesmo ano, autorizou a abertura de uma canal que ligasse o rio Santa Maria ao rio Poxim. Contudo, em 14 de maio de 1849 a lei provincial 258 autorizou a abertura de um canal que ligasse todas as bacias da Província de Sergipe, do rio São Francisco ao rio Real. Do rio São Francisco passar-se-ia ao Japaratuba; deste ao Pomonga; do Pomonga à bacia Poxim-Santa Maria; desta ao rio Vasa Barris; e, deste último ao rio Real.
Este tipo de preocupação era muito importante para a economia da Província, uma vez que, em 1850, Sergipe exportava açúcar para Copenhague, Hamburgo, Trieste, Gibraltar, Londres, Gothemburgo, Antuérpia, Rio de Janeiro, Bahia, Santos, Paranaguá, Belmonte, Valença, Cachoeira, Penedo, Torre de Tatuapara, Espírito Santo, Maceió e Pernambuco (SEBRÃO SOBRINHO, 1955, 81).
Toda esta pretensão, porém se apequenava, diante da proposta formulada por Raimundo de Araújo Jorge: um canal de 130 léguas (cerca de 780 quilômetros) que ligasse a Bahia a Alagoas, passando por Sergipe. A justificava para tão grande canal era a necessidade de evitar a navegação costeira em Sergipe, posto que os canais de acesso aos rios da província eram móveis e os naufrágios freqüentes (SEBRÃO SOBRINHO, 1955, 40).
Como conseqüência da epidemia de cólera que assolou Sergipe em 1855, no ano seguinte os médicos Guilherme Pereira Rebelo e Pedro Autran da Mota Albuquerque, por solicitação do presidente da Província, Salvador Correia de Sá e Benevides, produziram um estudo sobre as condições de salubridade da cidade de Aracaju. Sugeriram que o maior problema sanitário da nova capital eram os seus pântanos, propondo o aterro e o esgotamento destes, além do fornecimento de água potável à população. O governo contratou o capitão engenheiro Francisco Pereira da Silva para executar os trabalhos de aterramento da rua da frente, a rua da Aurora, e de algumas outras áreas do centro da cidade (SANTANA, 1997: 43).

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