terça-feira, 29 de junho de 2010

ENGENHARIA E HISTÓRIA EM SERGIPE - VIII

O projeto valorizava o rio Sergipe com o seu cais. Este viria a ser o mais importante atracadouro de Sergipe, situado à rua da Aurora, superando um outro movimentado cais que existia nas imediações da Atalaia: o do rio Poxim, no lugar conhecido como Saquinho.
A cidade se desenvolveu, incorporando contribuições da arquitetura e da engenharia de árabes, russos, romanos, ingleses, italianos, franceses, gregos e muitos aspectos das construções mediterrâneas. Segundo o arquiteto Rubens Chaves, a história da organização do sítio urbano da capital de Sergipe pode ser dividida em cinco períodos: o primeiro, de 1855 a 1905; o segundo, de 1905 a 1930; o terceiro, de 1930 a 1964; o quarto, de 1964 a 2000; e, o quinto e último, a partir de 2001.
O primeiro período seria marcado pela construção dos primeiros edifícios públicos, a partir da antiga Alfândega em direção à atual rua São Cristóvão, e pelo modo como a cidade se distanciou da influência dos antigos povoados Santo Antônio e Massaranduba, os atuais bairros Santo Antônio e Industrial. É neste momento que se trava a mais dura luta do homem que aqui se instala contra o mar e os manguezais, iniciando um processo de permanente desequilíbrio ambiental que marca a história de Aracaju.
As obras de construção da nova capital de Sergipe causaram forte impacto na vida de toda a Província, inclusive no que diz respeito a produção de alimentos. A partir de 1855, de modo crescente, muitos trabalhadores rurais se afastaram dos seus serviços no campo, dedicando-se a atividade de trabalhador urbano da construção civil, empenhando-se nas obras dos prédios públicos e nas residências dos funcionários que migraram para Aracaju. A principal atração era o salário que se oferecia a esses operários, à época considerado exorbitante em face do que eles ganhavam como trabalhadores rurais. Somente no ano de 1855, quando as obras foram iniciadas, Aracaju recebeu mais de 200 homens, procedentes dos municípios de Itabaianinha, Campos, Lagarto, Simão Dias e Itabaiana (ALMEIDA, 1978: 33).

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