quarta-feira, 30 de junho de 2010

ENGENHARIA E HISTÓRIA EM SERGIPE - IX

O primeiro edifício, na antiga Delegacia Fiscal, foi utilizado como Palácio para os presidentes da Província e como Paço pelo Imperador Pedro II, em 1860. Viajantes como Robert Ave-Allemnat comentaram o ritmo das construções da nova capital. Ele afirmou estar impressionado com os alicerces do novo Palácio Presidencial em construção pela sua vastidão, chegando ao detalhe de descrever o tipo de pedra calcária utilizada nas fundações – uma laje branca laminada também usada no revestimento das calçadas. Em 1857 surgiu a primeira igreja da nova capital, a São Salvador, no cruzamento das ruas Laranjeiras e do Barão.
Em 11 de janeiro de 1860 foi inaugurada a Ponte do Imperador, para o desembarque de D. Pedro II, da Imperatriz Tereza Cristina, e da comitiva que os acompanhava. Construída em madeira, a Ponte, na verdade um cais de desembarque, foi substituída, em 1904, por uma outra metálica. Quando foi erguida em 1860, a ponte media 220 palmos de comprimento e 16 de largura. Era composta de duas partes: uma de alvenaria, com 65 palmos de comprimento e outra de madeira, com 135 palmos. As estacas de sustentação eram de beriba, os barrotes de madeira de lei e o assoalho de pranchões de pinho, enquanto um parapeito verde e amarelo fechava, lateralmente a ponte. O assoalho era coberto por um tapete de baeta azul, em forma de T.


Uma escada de 12 palmos de largura, com degraus também cobertos de baeta, foi construída para atender ao desembarque do Imperador, e ao seu uso, enquanto visitava pontos da Província. Na praça, logo depois da ponte, foi montada a Porta da Cidade, como se fosse a entrada de uma Praça Forte, com dois torreões e um arco, na largura da ponte (BARRET0, 2005).


Somente com as obras realizadas em 1920 e em 1937 o monumento ganharia sua forma atual, em cimento.
Em 1860 estava em construção o Palácio do Governo, obra confiada ao engenheiro capitão Pereira da Silva. Dentre os edifícios públicos erguidos na nova cidade, o da Casa de Prisão de Aracaju teve seu funcionamento regulamentado em 1872. Era um edifício de dois pavimentos, localizado na atual praça General Valadão, adaptado para receber enfermaria, escola, oficinas e capela. Ali foram instaladas 50 celas (24 no andar superior e 26 no térreo) com dez presos em cada uma delas . A Cadeia da praça General Valadão foi desativada em 1926, quando o governador Graccho Cardoso inaugurou uma outra obra da maior importância: a Casa de Detenção de Aracaju, construída no bairro América (CHAVES, 2004: 77).
A rua da Aurora, atualmente avenida Rio Branco, foi a primeira aberta na cidade de Aracaju. Depois veio a rua do Barão, atualmente João Pessoa, que recebeu a sua primeiro denominação em homenagem a José Ignácio do Prado, que usava o título de Barão de Aracaju . Também foram abertas a Estrada para São Cristóvão, atual rua São Cristóvão, transversal à rua do Barão e atualmente denominada rua São Cristóvão. À época, a estrada era uma das saídas da nova cidade, com um traçado torto e montanhoso, um caminho que ligava a nova capital com a velha sede do governo da Província de Sergipe, São Cristóvão. A rua de Salvador, atual rua de Laranjeiras era um caminho estreito que levava em direção à Bahia (CHAVES, 2004: 76). Outras artérias importantes abertas até o final do século XIX foram a Estrada Nova, atualmente avenida João Ribeiro, que ligava a cidade ao povoado Santo Antônio do Aracaju e cruzava a atual avenida Simeão Sobral, a melhor e mais antiga das vias de saída e entrada de Aracaju; a Estrada da Jabotiana, atual rua Itabaiana; a rua do Caga em Pé, atual rua Campo do Brito.

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