quinta-feira, 1 de julho de 2010

ENGENHARIA E HISTÓRIA EM SERGIPE - X

As primeiras ruas e avenidas abertas em Aracaju tiveram a piçarra como pavimento. Depois, as ruas principais começaram a ser revestidas com paralelepípedos e, por fim, a partir da década de 80 o asfaltamento cobriu quase toda a malha viária da cidade.
As construções residenciais tomavam o ponto de partida das obras de Aracaju e avançavam em direção à igreja matriz, fazendo com que surgissem as ruas de Capela, Santo Amaro, Arauá, Própria e Maruim. Em direção ao sul, as casas avançavam até a Fundição, onde estava instalado o depósito de inflamáveis, local em que se construiu, no século XX, o Iate Clube de Aracaju. A conquista desses espaços urbanos se expandiu também na direção Sudeste, formando os bairros Carro Quebrado e Bariri (São José e parte do atual bairro Grageru).
Dentre as obras civis importantes para o desenvolvimento da Engenharia em Sergipe, é possível citar a construção dos dois grandes mercados de Aracaju, na primeira metade do século XX: o Thales Ferraz e o Antônio Franco. No final dos anos 90, os dois mercados foram revitalizados pelo prefeito João Augusto Gama da Silva e destinados à venda de produtos artesanais, doces caseiros e instalação de bares e restaurantes de comida típica. No mesmo período, foram aproveitadas as velhas edificações do moinho de trigo de Aracaju, transformadas em um novo e moderno centro de compras: o Mercado Albano Franco.
A população da nova capital cresceu rapidamente e demandava uma estrutura urbana capaz de oferecer os serviços necessários. Em 1900, 45 anos depois de ter sido iniciada a sua implantação, estima-se que 21.150 pessoas viviam em Aracaju. Os problemas referentes ao urbanismo, contudo, eram muitos. As casas eram construídas sem recuo e suas portas se abriam diretamente sobre as calçadas. Os muros somente chegariam à capital de Sergipe na década de 30 do século XX.
O segundo período estabelecido pela análise do arquiteto Rubens Chaves para a história da cidade de Aracaju vai de 1905 a 1930, marcado pela consolidação da cidade como pólo industrial. Na primeira década do século XX as duas fábricas têxteis instaladas no bairro Industrial (a Sergipe Industrial e a Confiança) empregavam cerca de cinco mil trabalhadores. As fábricas contribuíram para a expansão urbana do bairro Industrial, com a organização de vilas operárias, construindo casas para os seus trabalhadores. Fundamentalmente eram adotados dois modelos de casa: as de tecelões e as dos mestres - os bangalôs. A Sergipe Industrial oferecia aos seus operários benefícios que a cidade, em seu conjunto, não possuía, como luz e um complexo de lazer, idealizado em 1913 por Thales Ferraz, um dos diretores da Fábrica.


O Parque Sergipe Industrial tinha de tudo: equipes de futebol, vôlei, basquete, futebol feminino, e outros esportes, creche, escola infantil e de adultos, farmácia, serviço médico, teatro, sala de dança, cinema, mesas e cadeiras acolchoadas, bloco carnavalesco "Papai Sacode" e outros atrativos, que faziam a festa dos jovens, funcionando até a metade do século XX (BARRETO, 2005).


Nesse mesmo período alguns trabalhadores começaram a aterrar alguns manguezais e pântanos nos arredores do bairro Industrial, iniciando o processo de formação do núcleo residencial que nos anos 60 adotaria a denominação de bairro Brasília.

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