quarta-feira, 7 de julho de 2010

ENGENHARIA E HISTÓRIA EM SERGIPE - XIV

Desde a década de 70, a administração do espaço urbano passou à responsabilidade da Empresa Municipal de Urbanização – Emurb, que cuida de serviços imobiliários, obras, planejamento, iluminação pública, drenagem, licenciamento e asfaltamento de ruas.
Durante a primeira metade do século XX a cidade de Aracaju recebeu importantes contribuições arquitetônicas, por iniciativa de Valter Barros. Apesar de não possuir formação universitária, ele ganhou notoriedade como projetista de residências e edifícios, como os da Estação Rodoviária Governador Luís Garcia e do Hotel Pálace de Aracaju.
Durante a segunda metade do século XX uma importante contribuição ao desenvolvimento da Engenharia, da Arquitetura e do urbanismo em Sergipe foi prestada pelo arquiteto Rubens Sabino Ribeiro Chaves, nascido em Aracaju e graduado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade da Bahia. Como profissional ele atuou na Prefeitura Municipal de Aracaju, no Departamento Estadual de Trânsito e na Companhia de Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais do Estado de Sergipe, além de manter um escritório de arquitetura, no qual projetou os edifícios da Maternidade Hildete Falcão Batista, da Gastroclínica, da Clínica São Marcos, do Hospital da Polícia Militar, do Trópicos Hotel. Foi também responsável por projetos residenciais como os edifícios Cidade Jardim e Portão do Mar, bem como as casas residências mandadas construir por empresários, magistrados e médicos como Viana de Assis, Geraldo Sobral, Carlos Cruz e Gilton Rezende, além de alguns conjuntos habitacionais. Como arquiteto da Prefeitura de Aracaju concebeu o projeto da Galeria de Arte Álvaro Santos, além de haver planejado muitas praças, orlas e parques esportivos para a cidade.
Um dos fundadores do Clube de Engenharia de Sergipe, Rubens Chaves foi responsável pela redação do Código de Obras, Urbanismo e Tributário, que entrou em vigor no ano de 1989.
Rubens Chaves entende que o quinto e último período do desenvolvimento urbano de Aracaju estaria marcado pela completa conurbação com os municípios de Socorro, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros.
A engenharia de transporte se desenvolveu na Província de Sergipe desde o início do século XIX, em função da necessidade de movimentação de cargas e das viagens de pessoas para outras províncias do Brasil e para o exterior. No início do século XX, novas modalidades de transporte estavam substituindo o transporte marítimo, que teve visível declínio principalmente a partir da década de 30. O assoreamento do rio Sergipe provocou uma queda acentuada na atividade portuária, em Aracaju. Apenas navios de pequeno calado continuavam aportando na capital, como o Capela, o Baependi, o Itagiba e o Aníbal Benévolo continuavam atracando no Trapiche Lima para o transporte de cargas e passageiros.A navegação marítima somente voltaria a ter importância no Estado de Sergipe nas últimas décadas do século XX quando, em função dos interesses da exploração mineral, principalmente dos negócios do petróleo e da exploração do Potássio a Petrobrás se interessou pela construção de um porto off shore em Sergipe, nas proximidades do município de Pirambu.
O uso de automóveis particulares começou a ser difundido entre as famílias mais abastadas. As pessoas que não tinham poder aquisitivo para adquirir um automóvel começaram a utilizar os primeiros carros de aluguel que apareceram, os chamados carros de praça, um meio mais seletivo em face de outras formas de transporte coletivo que surgiram, como os bondes. O primeiro desses carros de praça a circular em Aracaju foi o de Arno Coelho, um Ford que chegou a Aracaju em 1913, logo apelidado de “Fobica” (CHAVES, 2004: 86). A importação e a comercialização de veículos na cidade se transformou em um importante e lucrativo negócio. Os carros eram mandados buscar nos Estados Unidos da América. Porém, no período da guerra, o racionamento de combustíveis fez com que as famílias de maior poder aquisitivo voltassem a circular pela cidade em charretes puxadas por cavalos.

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