segunda-feira, 25 de abril de 2011

A CIDADE NO ARQUIVO: O ACERVO DO PODER JUDICIÁRIO COMO FONTE PARA OS ESTUDOS DA HISTÓRIA DE ARACAJU - VII

CONSIDERAÇÕES FINAIS


É necessário mapear os indícios que levam à compreensão da cidade, percorrer a bibliografia e toda a produção acadêmica sobre Aracaju. Fazer um recorte histórico, fazer a leitura crítica dos textos produzidos sobre Aracaju, tentando encontrar os elementos que lhes dão unidade, posto que a cidade tem sido objeto de estudo de geógrafos, arquitetos, urbanistas, sociólogos, economistas, historiadores, antropólogos e de operadores do direito. A unidade central destes textos, sob a perspectiva desta iniciativa, está dada pela cultura. Este é o elemento cimentador dos diversos estudos e textos que podem ser encontrados sobre Aracaju, bem como das demais fontes às quais se possa recorrer. Os estudos sobre a cidade devem dialogar com todas as fontes possíveis – arquitetos, urbanistas, sociólogos, economistas, antropólogos, historiadores e autoridades do Poder Judiciário. O foco da cultura permite que se tenha uma completa perspectiva das condições sob as quais vive a população, os pobres, os ricos e as camadas intermediárias da capital de Sergipe. Entender o espírito das multidões que ocupam as ruas, os logradouros públicos, trabalhando, reivindicando e se divertindo. Buscar os bairros considerados de elite e aqueles vistos como de condições urbanas mais precárias e que se movem social e espacialmente, pari-passu com a dinâmica da vida na cidade, ensejando preocupações com o meio ambiente e as preocupações contemporâneas em face das possibilidades de desenvolvimento sustentável.
Foi o dinamismo da vida urbana que levou áreas tidas como periféricas à condição de culturalmente ativas. Dinâmica que fez com que surgissem e depois desaparecessem das ruas de Aracaju os guardas-noturnos; transformou as matas do Manoel Preto em bairro popular.
Buscando o acervo de documentos do Arquivo Geral do Judiciário, os pesquisadores poderão entender melhor o processo de formação de Aracaju e terão a oportunidade de mapear os processos vividos, tentando captar as regularidades e diferenciações que podem ser observadas a partir da vida na cidade. Em tal acervo é visível o acerto da decisão tomada pelo então presidente Inácio Barbosa.


BIBLIOGRAFIA


ALMEIDA, Maria da Glória Santana de. “Estrutura de produção: a crise de alimentos na província de Sergipe (1855-1860). Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. Aracaju, nº 27, 1965-1978. p.15-39.

AREND, Silvia Maria Fávero. Amasiar ou casar? A família no final do século XIX. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2001

AVÉ-ALLEMANT, Robert. “Excursão à Província de Sergipe. Viajando para Aracaju no Rio Cotinguiba. Maruim”. In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. Aracaju, nº 26, Vol. XXI, 1961. pp. 92-99.

CALVINO, Ítalo. As cidades invisíveis. Tradução Diogo Mainardi. São Paulo, Companhia das Letras, 1990.

SEBRÃO SOBRINHO. Laudas da História do Aracaju. Aracaju, Prefeitura de Aracaju, 1955.

SILVA, Eugênia Andrade Vieira da. “O Arquivo Judiciário e a História da Educação em Sergipe”. Comunicação apresentada à IV Semana de Educação e ao I Encontro Regional de Educação, organizados pela Universidade Federal de Sergipe, no período de 22 a 25 de julho de 2002. In: Anais da IV Semana de Educação e do I Encontro Regional de Educação. São Cristóvão, Universidade Federal de Sergipe, 2002.

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