quinta-feira, 3 de março de 2011

A REMUNERAÇÃO, OS CONCURSOS E ALGUNS PROFESSORES E PROFESSORAS: ASPECTOS DA PROFISSÃO DOCENTE NA HISTÓRIA DE ARACAJU - IX

Distinta é a trajetória da catedrática das Cadeiras de Psicologia e Pedagogia da Escola Normal, professora Quintina Diniz, também lembrada como importante intelectual da educação durante a primeira metade do século XX, em Aracaju. Além de professora e diretora do Colégio Sant’Ana, que funcionou até 1941, em 1934 ela foi eleita, através do Partido Social Democrático, como deputada estadual. Tendo sido a primeira mulher sergipana a ocupar um cargo eletivo e a única a participar de uma Assembléia Constituinte no Estado (PINA, 1987, 24).
Uma outra importante intelectual da educação em Aracaju durante a primeira metade do século XX era Penélope Magalhães dos Santos. Educada nos Estados Unidos da América, lecionou Inglês na Escola Normal por mais de quinze anos. Segundo a pesquisadora Ester Fraga Vilas Boas Carvalho do Nascimento,


Penélope (14/08/1886–1982) era laranjeirense, filha caçula de Mariana Magalhães, católica, e do Chefe de Polícia, Sr. Emídio. Um fato curioso foi que, apesar dos seus pais não serem casados civilmente, foram aceitos pela Igreja Presbiteriana de Laranjeiras. Como a Escola Americana oferecia aulas de música, a menina Penélope logo se interessou a aprender piano. Convidaram-na, em 1898, para estudar na Califórnia e, apesar de sua mãe não concordar com a sua ida, seu pai aprovou (NASCIMENTO, 2004).


Penélope permaneceu durante doze anos nos Estados Unidos, onde fez o curso pedagógico e o de Teologia. Quando retornou ao Brasil, em 1910, seu pai havia falecido e ela foi convidada a lecionar no Colégio de Ponte Nova, na Bahia. Lá, casou-se com o estudante Manoel Antonio dos Santos, com o qual teve três filhos: Martinho Lutero, Esdras e Lysias. Anos depois, ela assumiu a cátedra de Inglês na Escola Normal de Aracaju, ensinando também em outros colégios particulares . Sobre a professora Penélope, João Teles de Souza afirmou


que, embora membro da Igreja de Laranjeiras, mas quase que residindo na capital, em vista de sua função de professora de inglês na Escola Normal, muito contribuiu para o impulso maior na divulgação do Evangelho, principalmente entre os intelectuais da terra (SOUZA, s/d, 15).

Maria Rita Soares de Andrade considerou a professora Penélope Magalhães a mulher mais erudita de Sergipe.

Educada no centro fértil e liberal que é a América do Norte, D. Penélope trouxe para o seu Estado um vasto cabedal, que aqui transfunde altruisticamente a quantos buscam ensinamentos no seu talento e na sua cultura. Nunca publicou livros. Mas podemos afirmar que os teria de certo publicado, se outras fossem as circunstâncias do nosso meio, se não nos fosse a vida tão dificultosa. É um espírito sumamente adiantado, e maneja com habilidade o português, o francês, e o inglês – idioma em que é a mestra dos mestres (ANDRADE, 1929, 153).


Penélope Magalhães foi a primeira diretora do Jardim de Infância Augusto Maynard, inaugurado na cidade de Aracaju no início da década de 30 do século passado. Na década de 40 do mesmo século ela mudou-se de Aracaju (NASCIMENTO, 2004).
Jovina Moreira de Carvalho, era uma professora formada pela Escola Normal do Estado de São Paulo que dirigiu a Escola Americana de Aracaju em 1908 (NASCIMENTO, 2004).
Gertrudes Torres de Souza (1905-1993) foi professora da Escola Normal, ensinando Psicologia da Educação e Práticas de Ensino no Curso de Aperfeiçoamento. Sob a sua orientação, a Escola Normal abriu uma turma de educação infantil destinada a ao estágio das alunas (NASCIMENTO, 2004).
A passagem da primeira para a segunda metade do mesmo século foi marcada pela atuação de outras intelectuais como a professora Glorita Portugal, que também atuava na Escola de Comércio, Leonor Telles de Menezes, Júlia Teles Costa e Ceicinha Melo. Esta última obteve a sua formação como professora na própria Escola Normal e concluiu o curso aos dezesseis anos de idade. Ensinava Literatura e Moral e Cívica na Escola Normal e foi fundadora e primeira presidente da Legião Feminina de Combate ao Câncer, além de sócia fundadora da Sociedade de Cultura Artística de Sergipe. Era poetisa e foi paraninfa das turmas de formandas dos anos de 1943 e 1946 (PINA, 1994, 339). Dentre outras professoras da Escola Normal nesse período estão Luísa Paes Guedes e Sílvia de Oliveira Ribeiro Diniz, de Português; Leonísia Fortes, de Aritmética; Clotilde Machado, de Álgebra; Judith de Oliveira Ribeiro, de Corografia Geral; Carmem Souza, de Corografia do Brasil; Amélia Cardoso, de Francês; Edila Sousa, de Desenho; Zinah Montes, de Trabalhos Manuais; Mariana Braga, de Geometria; Mariana Diniz, de Filenila Nascimento e Maria da Conceição Sobral, de Música; e, Eloah Passos, de Ginástica.
Maria Thétis Nunes foi, na década de 50 do século XX, uma aplicada estagiária do Instituto Superior de Estudos Brasileiros – ISEB, no qual ligou-se a intelectuais como Nelson Werneck Sodré e Álvaro Vieira Pinto. Historiadora, trabalho como professora e diretora do Atheneu Sergipense, foi adida cultura do Brasil na Argentina, professora da Faculdade de ciências Econômicas, da Faculdade de Filosofia e da Universidade Federal de Sergipe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário