quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A REMUNERAÇÃO, OS CONCURSOS E ALGUNS PROFESSORES E PROFESSORAS: ASPECTOS DA PROFISSÃO DOCENTE NA HISTÓRIA DE ARACAJU - III

A instituição do cargo de professor adjunto não impediu que os catedráticos continuassem a ser mais importantes na instituição escolar. Sob a ótica das alunas da Escola Normal, contudo, pouco importava que o professor fosse catedrático ou adjunto. “A maior parte das representações identifica os professores com as disciplinas lecionadas por eles e não com a sua categoria funcional. As características físicas, a postura em sala de aula, aspectos do fazer docente de cada um deles são ressaltados” (FREITAS, 2003a, 108).
Quando se iniciou a década de 20 do século passado, o quadro de professores na Escola Normal Rui Barbosa era composto por 16 catedráticos e oito adjuntos, num momento em que a matrícula era de 163 alunas (LOBO, 1922). As alterações no corpo docente ocorriam sem causar grandes impactos, uma vez que a maior parte das professoras somente deixava a Escola para se aposentar. Já a maioria dos professores deixava a Escola para assumir outras funções profissionais fora do magistério (FREITAS, 2003a, 107).
De um modo geral, as oportunidades oferecidas aos profissionais do magistério que atuavam nas instituições de ensino público mantidas pelo poder provincial e estadual na cidade de Aracaju eram também hierarquizadas. Os professores da Escola Normal e da Escola de Comércio recebiam 25% a menos que seus colegas docentes do Atheneu. Uma observação encontrada no texto da Constituição de 1935 é eloqüente quanto a este problema:


no capitulo da educação, a Constituição estabeleceu que os professores catedráticos do Ateneu não poderiam ter vencimentos inferiores aos dos juízes de Direito e que os da Escola Normal e os da Escola de Comércio não poderiam perceber menos que 75% dos vencimentos dos professores do Ateneu (BARRETO, 1992, 45).

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