sábado, 31 de outubro de 2009

A HISTORIOGRAFIA E A POLÍTICA EDUCACIONAL DA DITADURA MILITAR

Daniel Aarão Reis fez um importante alerta chamando a atenção do quanto é difícil para a sociedade brasileira recordar o período da última ditadura militar vivida pelo país. Segundo este autor, "os brasileiros não devem se autoflagelar por isto, nem se imaginar como particularmente desmemoriados como se costuma dizer" (REIS, 2004, 49). Afinal, "nas batalhas de memória, o jogo nunca está definitivamente disputado, as areias são sempre movediças e os pontos considerados ganhos podem ser subitamente perdidos" (Idem, 30).
A bibliografia sobre a ditadura vivida pelos brasileiros no período 1930-1945 é farta o suficiente e pródiga o suficiente em anáises que apontam a crueldade e o ambiente de terror implementado pelos detentores do poder estatal, mas também em reconhecer as contradições deuma política social que inclui retrocessos e avanços, com visíveis aperfeiçoamentos na vida da população do Brasil. Contudo, em relação ao período da ditadura militar iniciada em 1964, certamente ainda não vivemos o suficiente e, por enquanto, temos sido capazes, apenas, de apontar as suas mazelas sem termos conseguido produzir análises consistentes e equilibradas a respeito da sua política educacional e dos modos como buscou se legitimar junto à população brasileira.

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