domingo, 6 de setembro de 2009

ATO FINAL: A DITADURA VENCIDA IV

O ato de Aracaju aconteceu no dia 26 de fevereiro. O comício foi organizado em todos os seus detalhes pelos representantes do PMDB, do PT e do PDT. Nos dois dias que antecederam o domingo do comício, vários atos preparatórios ocorreram na capital sergipana. Os mais importantes foram três passeatas realizadas na tarde da sexta-feira, 24 de fevereiro, no centro da cidade, organizadas pelo Comitê Pró-Diretas, pelo Centro da Mulher Sergipana e pelos estudantes da Universidade Federal de Sergipe. Os três atos foram monitorados pela Polícia Militar e se encontraram em frente ao Cinema Pálace, à rua João Pessoa, com um mini-comício.
Na tarde do domingo, 26 de fevereiro, trabalhadores rurais fizeram uma passeata no centro da cidade de Aracaju, liderados pelo cacique e deputado federal Mário Juruna. Dentre as principais estrelas do comício realizado à noite estavam o então governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola; o presidente nacional do PMDB, deputado Ulisses Guimarães; o presidente nacional do PT, Luiz Inácio Lula da Silva; a deputada Bete Mendes, do PT de São Paulo; o líder do PMDB na Câmara Federal, deputado Freitas Nobre; a deputada do PMDB de Pernambuco, Cristina Tavares; os cantores Martinho da Vila e Agnaldo Timóteo; o deputado federal do PMDB de Sergipe, Jackson Barreto; o deputado estadual do PMDB de Sergipe, Nelson Araujo; o presidente do PT de Sergipe, Marcélio Bonfim; o vice-presidente do PMDB de Sergipe e vigário de Japaratuba, Gerard Olivier; o representante do pólo sindical do Baixo São Francisco e diretor da CUT, Dionísio Cruz; o presidente do DCE, Edvaldo Nogueira; o vereador do PMDB de Aracaju, Rosalvo Alexandre; o representante da OAB Sergipe, Benedito Figueiredo; o vice-presidente do PDT de Sergipe, Nilton Vieira Lima; o deputado estadual do PMDB de Sergipe, Laonte Gama; e, o então governador do Estado de Minas Gerais, Tancredo Neves.

"A massa acorreu à Praça Fausto Cardoso e, segundo os cálculos divulgados pela imprensa, cerca de 30 mil pessoas ouviram por 4 horas 21 oradores, entre os quais as grandes estrelas nacionais da campanha das Diretas. Desde o início dos anos sessenta não se via em terras de Sergipe comício naquelas proporções"[1].

[1] Cf. DANTAS, Ibarê. A tutela militar em Sergipe, 1964/1984: partidos e eleições num Estado autoritário. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997. p. 256.

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