quarta-feira, 16 de setembro de 2009

ATO FINAL: A DITADURA VENCIDA XIII

O grande ato em defesa da eleição de Tancredo Neves e das eleições diretas para Presidente da República em Sergipe foi o comício que aconteceu no dia 15 de dezembro de 1984, na praça Fausto Cardoso, a partir das 15 horas, em Aracaju, com a participação dos cantores Antonio Carlos Du Aracaju, Beto Guedes, Ednardo, Alcione e Fafá de Belém, dos conjuntos Bolo-de-Feira e Cataluzes e das principais lideranças do PMDB sergipano e de outros Estados à época: José Carlos Teixeira, Jackson Barreto de Lima, Seixas Dórea, Ulisses Guimarães, Hélio Garcia, Rosalvo Alexandre, Nathaniel Braia, Bosco Mendonça, Arnóbio Patrício de Melo, Leopoldo Souza, Nelson Araujo, Laonte Gama e Gilvan Rocha. Mas os antigos líderes governistas que assumiram a candidatura Tancredo Neves também discursaram: João Alves Filho, Albano Franco, Marco Maciel, Hugo Napoleão, Antonio Carlos Magalhães, Antonio Carlos Valadares, Lourival Baptista, José Tavares, José Moraes, Luis Cavalcante, Jorge Bornhausen, Djalma Lobo, Luciano Prado, José Valadares e José Sarney, este último candidato a vice-presidente na chapa de Tancredo Neves. Cerca de 50 mil pessoas estiveram presentes ao comício. Nada menos de 300 ônibus trouxeram pessoas de todos os municípios do interior do Estado para o comício de Aracaju.
Em todo esse processo, a estratégia do MDB era muito clara: conquistar a Presidência da República no Colégio Eleitoral e, uma vez no governo, regulamentar a escolha do Presidente da República através do voto direto.Foi muito grande a emoção dos brasileiros no dia 15 de janeiro de 1985, com a última eleição indireta realizada no Brasil. Por 480 votos contra 180, 17 abstenções e nove ausências, a chapa Tancredo Neves/José Sarney derrotou a chapa Paulo Maluf/Flávio Marcílio. Dos representantes de Sergipe no Colégio Eleitoral, votaram em Paulo Maluf os deputados federais Augusto Franco, Adroaldo Campos Filho, Celso de Carvalho e Francisco Rollemberg; os deputados estaduais Manoel Conde Sobral, Américo Alves e o senador José dos Passos Porto, todos do PDS. Tancredo Neves recebeu os votos dos senadores Albano Franco e Lourival Baptista (PDS); dos deputados federais Hélio Dantas (PDS), José Carlos Teixeira e Jackson Barreto de Lima (PMDB); e dos deputados estaduais Manoel Messias Góis, José Valadares, Francisco Vieira da Paixão e José Cleonâncio da Fonseca (PDS). O deputado federal Gilton Garcia (PDS) optou pela abstenção.
Porém, nem tudo aconteceu como planejado pelos peemedebistas. No dia 14 de Março, às vésperas da posse, Tancredo Neves foi internado apressadamente para tratar uma diverticulite, que mais tarde se descobriu era um tumor no intestino. A Presidência da República ficou com José Sarney, quadro que atravessou todo o período da ditadura exercendo o poder e até o momento no qual se transformou em aliado da oposição era presidente nacional do PDS. Tancredo Neves morreu no dia 21 de abril de 1985. O direito de escolher diretamente o presidente e o vice-presidente da República foi reconquistado pelos brasileiros a partir de 1989. Na primeira eleição direta para Presidente da República após o período da ditadura, Fernando Collor de Melo foi eleito, derrotando nomes como Luiz Inácio Lula da Silva, Ulisses Guimarães e Leonel Brizola.

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